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Gravações ligam família Sarney a nomeações por atos secretos, diz jornal

BRASÍLIA - Diálogos gravados pela Polícia Federal (PF) com autorização judicial, durante a Operação Boi Barrica, e divulgados na edição de ontem (22) do jornal "O Estado de S.Paulo", revelam a nomeação de cargos pela família Sarney no Senado e liga o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), ao ex-diretor-geral Agaciel Maia na prestação de favores concedidos por meio de atos secretos.
Em uma das conversas transcritas pelo jornal, o empresário Fernando Sarney, filho do parlamentar, diz à filha, Maria Beatriz Sarney, que mandou Agaciel reservar uma vaga para o namorado dela, Henrique Dias Bernardes.Em conversa com o filho, alvo da investigação, Sarney caiu na interceptação. Segundo a gravação, o senador se compromete a falar com Agaciel para sacramentar a nomeação.
O namorado da neta foi nomeado oito dias depois, por ato secreto, segundo a publicação.Em outra conversa, um neto do presidente da Casa fala com o pai, Fernando Sarney, sobre o emprego como funcionário do gabinete de Epitácio Cafeteira (PTB-MA).A denúncia sobre gravações telefônicas em que a neta do presidente do Senado teria negociado com o avô a nomeação de seu namorado, por meio de ato secreto, havia sido divulgada pelo jornal na semana passada.Na ocasião, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), anunciou que levaria o caso ao Conselho de Ética.
O Senado entrou em recesso na segunda-feira (20).Nesta quarta-feira, Virgílio pediu ao primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), a abertura de processo administrativo contra o ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia. (AL)

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