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Tudo para chegar ao poder

Uma organização criminosa com objetivos de chegar ao poder assumindo cargos eletivos e o comando da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-Am). É desta forma que a força-tarefa vê o suposto grupo criminoso que seria comandado pelo deputado estadual Wallace Souza e seu filho Raphael Souza.

Durante as investigações foram apreendidos pistolas, munições e uma relação de armas que vão desde espingardas a fuzis, de uso restrito. Segundo um armeiro da Polícia Federal, as armas da relação são usados em guerra e por criminosos perigosos, como narcotraficantes e assaltantes de carros-fortes, semelhantes ainda as usadas por milícias que atuam no Rio de Janeiro.

Segundo o secretário executivo de inteligência da SSP-AM Thomaz Vasconcelos, as investigações mostram que o grupo estava organizado para cometer crimes - tráfico de droga, homicídio e porte ilegal de armas e munições de uso restrito - e tinha comando, hierarquia e tarefas bem definidas.

De acordo com o depoimento do ex-policial militar Moacir Jorge da Costa o “Môa”, que disse ter trabalhado por muito tempo como segurança do deputado Wallace, alguns crimes praticados pelo grupo eram transformados em matérias veiculadas no programa “Canal Livre” que ia ao ar diariamente e era apresentado pelo deputado e pelos irmãos dele, o vice-prefeito Carlos Souza, e o vereador Fausto Souza.

A equipe de reportagem do programa chegava sempre primeiro ao local do crime, antes mesmo da polícia. As reportagens serviam para elevar a audiência do programa onde os irmãos apareciam como “salvadores da pátria ou justiceiros”. O objetivo era dar popularidade a eles e, dessa forma, elegê-los a cargos no Executivo e Legislativo, com um coeficiente elevado de votos, afirma Thomaz.

Para desestabilizar a segurança pública, fazendo a população crer que a cidade estava abandonada e que os irmãos eram a solução para os problemas, alçando um deles à SSP, Raphael agia no comando de um grupo que praticava atos de vandalismo na cidade, quebrando vitrines de lojas, pontos de ônibus e caixas eletrônicos.

Segundo policiais que cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do deputado, em abril, em determinado momento Wallace Souza bateu com numa mesa dizendo: “Eu vou voltar para a polícia e vou ser o secretário de segurança e ai vocês vão ver!”.

A Critica

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