Informatica

Pela direção da Câmara Municipal

ARRANCA RABO
Hoje no Maskate

Conhecida pela alcunha de Casa de Tolerância, desde quando funcionava no bairro do Céu, na zona portuária e de prostituição de Manaus, a Câmara Municipal de Manaus vive um final de gestão e de ano conturbado pela disputa acirrada para escolher a nova direção da Casa. O vereador Leonel Feitoza, de seis mandatos, atual presidente e ainda sonhando em ser candidato à reeleição, sabe que o pasto é generoso e o batente discreto. "Uma moleza", dizem seus assessores mais diretos, um exército de desocupados que finge trabalhar para uma chefia que - no faz de conta - os controla. Pois bem, com a vitória do Negão, a disputa pelo comando institucional ficou acirrada, embora todos saibam que no regime autocrático de Amazonino o poder Legislativo é mera caixa de reverberação ou ressonância magnética da vontade do Executivo. Isso acabou virando razão adicional da disputa, pois a classe política - especialmente os vereadores - sabe que seu prestígio junto à opinião pública anda rebaixado a porão do apartamento do fuxico da cobra.

Carijó era o Cara!

Um dos candidatos, o mais forte e já sacramentado pela soberana vontade do Negão, é um Galo, a pedra que representa a pontuação máxima numa jogada de dominó, no caso este é da espécie Carijó, lembra! Ele já foi prefeito numa pernada memorável de Amazonino em seu pupilo e hoje concorrente à governança estadual, Alfredo Buchada de Bode. Na época, 2004, Buchada optou largar a prefeitura para ser ministro dos Transportes, e queria deixar em seu lugar Aluisio Braga, seu secretário e homem de confiança. Combinou com os vereadores, mas esqueceu de deixar a mala, aquela multi-escura e abarrotada de alface até o talo. Mas o Negão não e - para tanto - requisitou a generosa colaboração de Zé Lopes, o memorável homem da mala preta. E ali, na ilharga da sede do Maskate e na biqueira da Cachoeira das Almas, ele "convenceu" aos lídimos edis, ou nobres vereadores, que Carijó era "o Cara".

Afagos e cafunés

São dois anos de gestão da Mesa Diretora da CMM, mas Amazonino só precisa do conforto político de 15 meses, ao fim dos quais ele vai se desincompatibilizar e entregar a rapadura para Carlos Souza. São meses decisivos que o Negão precisa utilizar para pavimentar a passagem de volta de seu quarto mandato governamental. Por isso os vereadores que não rezam pela cartilha afro-descendente do Juruá, onde pontifica o glorioso Mazoca, estão trocando juras de amor e de lealdade entre si para evitar que a Casa de Tolerância seja transformada num galinheiro sob o comando empinado e pau mandado de Carijó, tenha dó! De uma hora pra outra, aliados do prefeito Serafim Corrêa (PSB) e do governador Eduardo Braga (PMDB) que na campanha pela prefeitura da capital atuaram como cão e gato estão repartindo afagos e cafunés e dispostos a qualquer parada para evitar a ascensão do enviado do Negão. O confronto de bastidores é ferrenho e uma Operação Segura o Negão já foi montada.

Caixa de ressonância nunca mais!

O vereador Marcelo Ramos, do PCdoB, partido onde é ou era persona non grata na ótica do casal leninista, Eron e Vanessa, tem freqüentado as toadas de Arlindo Junior do PMDB e os cultos evangélicos da Igreja da Restauração, onde o partido de Ulisses Guimarães, quem diria! e de Eduardo Braga, fez uma representação municipal. Marcelo disse que vai lutar até o fim para que a divisão de poderes na Câmara possibilite montar uma Mesa Diretora proporcional. "Se o prefeito eleito quiser estruturar a prefeitura ao seu estilo terá que dialogar, a exemplo de como foi feito com o Orçamento do Município - quando o prefeito reduziu a estimativa de R$ 2,3 bilhões para R$ 2,1 bilhões, a pedido de Amazonino". Para ele, que deu um cotoco para as alianças de PCdoB e ficou ao lado de Serafim até o começo do fim, não dá para o Negão deitar e rolar com a Câmara como sempre fez com a Assembléia nos três mandatos de governador. "Ele sempre atendeu os deputados em casa, de cuecas!"


Um furacão chamado Negão

Quando as urnas foram abertas em outubro, o Negão contabilizou 15 vereadores, o vice-governador Omar Aziz, leia-se a máquina estadual do governador Eduardo Braga que já está em campanha para o Senado, elegeu 14, e o grupo ligado a Serafim mais Praciano e independentes somam 9. Até o começo do ano, porém, as almas estarão á venda e consciências serão postas à comercialização e barganha. E quem puder mais vai chorar menos. É ver para crer e não é à-toa que Marcelo Ramos tem freqüentado a mesa e a prosa com sua excelência, o governador, o único capaz de conter este furacão chamado Negão.

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