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Lama toma conta das BRs 163 e 230

Quem vive e trabalha nas rodovias BR-230 (Transamazônica) e BR-163 (Santarém-Cuiabá) tende a não aceitar as teses do pesquisador inglês do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas, Philip Fearnside, sobre os malefícios decorrentes da abertura e pavimentação das grandes rodovias federais na região. Essas obras estão previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). E, para quem vive e trabalha seja na BR-230, seja na BR-163, a pavimentação dessas estradas é a materializaçao de um sonho de mais de 30 anos. Até porque, nessa época do ano, ambas se transformam em lamaçal e atoleiro, impondo um sofrimento sem fim a seus usuários e isolamento aos seus quase um milhão e meio de habitantes.
Recentemente, uma equipe do portal EcoAmazônia percorreu de carro 800 quilômetros das duas rodovias, entre os municípios de Santarém, Belterra, Rurópolis, Placas e Uruará. O resultado está disponibilizado na internet. “No percurso, noites inteiras em atoleiros e uma visão real da vida das pessoas que insistem em morar no entorno das rodovias abertas na década de 70 e abandonadas por sucessivos governos”, narra o repórter Paulo Leandro Leal.
Ele diz que durante quatro dias de viagem, deparou com quatro pontes caindo, uma delas na Transamazônica, próxima a Uruará, sem condições de tráfego. Os moradores, revoltados, atearam fogo no que restou dessa ponte para evitar uma tragédia. (AJS)

Antônio José Soares

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