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Chico Ferreira de volta ao banco dos réus

RÊMORA Após caso Novelino, fraudes com Marcelo Gabrie, filho do ex-governador Almir Gabriel.


Belém- Hoje, o juiz da 3ª Vara da Justiça Federal, Leonardo Augusto de Almeida Aguiar, ouve o último depoimento dos envolvidos na suposta máfia descoberta pela Polícia Federal na Operação Rêmora. Em cena, um dos comandantes do esquema que lesou o erário do Estado e da Previdência, e uma das figuras mais conhecida por estar envolvido em crimes que vão de fraudes até assassinatos: o empresário Chico Ferreira.
Ferreira, que chegou por 12 anos a freqüentar os mais altos círculos da sociedade e do poder, também é acusado de comandar o assassinato dos irmãos Ubiraci e Uraquitã Novelino, em abril de 2007 - crime pelo qual cumpre pena de 80 anos de prisão -, pode ter muito mais a revelar ao juiz do que já disse até agora.
Na denúncia da Operação Rêmora, o empresário dividiria com o filho do ex-governador Almir Gabriel, Marcelo Gabriel, segundo denúncia do Ministério Público Federal, o comando de um grupo de empresas que obtinha contratos com a administração pública federal, estadual e municipal, em benefício das empresas do grupo, através de fraudes em licitações e contratações com o governo do Estado, além de usar a influência que seus integrantes tinham com o governo.
Matérias já publicadas pelo DIÁRIO mostram também que pelo menos 27 organismos da administração estadual mantiveram contratos com empresas ligadas a Ferreira e Gabriel. Apenas os contratos de oito empresas vinculadas à quadrilha com essas 27 instituições somam quase R$ 72 milhões. O grupo também lesou R$ 9 milhões do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), o que originou o processo da Justiça Federal.
Segundo a denúncia do MPF, “Chico Ferreira e Marcelo Gabriel estão no topo da organização
criminosa”.

MARCELO GABRIEL - Em depoimento dado no último dia 24, Marcelo disse à justiça que conhece Chico desde 2000, pois prestaram “serviços juntos na Clean Service”. Mas documentos que teriam sido apreendidos pela PF em um computador da empresa descrevem que Chico Ferreira, Marcelo Gabriel e Mauricio Ettinger seriam sócios da Clean.
Em uma interceptação telefônica da PF, Gabriel comenta com Chico Ferreira que iria acionar o pai, Almir Gabriel, para falar com Paulo Chaves sobre o atraso de três meses no pagamento dos serviços da Service Brasil com a Estação das Docas. Gabriel justificou que o ex-secretário de Cultura é amigo da família há 30 anos e disse não ter visto mal nenhum nesse dito “favor”.
Os crimes investigados na Operação Rêmora começaram a vir à tona com o desdobramento de outras duas operações da PF, a Caronte e a Galiléia, ocorrido em 2005. No dia 14 de novembro de 2006, a Operação Rêmora mobilizou 130 agentes em Belém, Marabá e Manaus. Além de Gabriel e Ferreira, todos os outros 17 envolvidos no suposto esquema de fraudes licitatórias e previdenciárias contra os cofres públicos já prestaram depoimento.
Acabada a fase de depoimentos, o processo terá o momento de comprovação das denúncias pelo Ministério Público. Depois, o juiz deve analisar os depoimentos e as provas para dar uma sentença sobre o caso.

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