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Exposições de Bispo do Rosário e Nivaldo Lima no Palácio da Justiça

Manaus- Visões sobre a pobreza, exclusão social, degradação do mercado e ainda divagações sobre religiosidade, vida e morte. Estes são os temas que serviram de inspiração para duas novas exposições que poderão ser vistas até a primeira semana de dezembro, no Centro Cultural Palácio da Justiça, com entrada gratuita. Promovidas pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura, as exposições estão abertas de terça a quinta das 9 às 17 horas. Já às sextas-feiras e sábados, das 9 às 19 horas, e nos domingos e feriados, das 17 às 21 horas.
A primeira, intitulada “Território”, do fotógrafo pernambucano radicado em Manaus Nivaldo de Lima, é um olhar bastante cru sob a população excluída local. Já “Segunda Pele”, de Arthur Bispo do Rosário, busca passar uma interpretação sobre o existencialismo e a fé.
Pernambucano de nascimento e manauense por opção, o artista plástico e fotografo Nivaldo Lima é conhecido como “O Fotógrafo dos Esquecidos”, devido aos seus inúmeros trabalhos que têm como inspiração pessoas consideradas “à margem da sociedade”.
A nova exposição do artista, chamada “Território”, retoma o tema através de um conjunto de fotografias que capturam de forma quase distorcida e longe de serem perfeitas o cotidiano de “mendigos” que transitam pela cidade diariamente.
Já a exposição “Segunda Pele”, de Arthur Bispo do Rosário (1909 - 1989), é uma interpretação acerca de sua própria religiosidade, fé, vida, morte e insanidade através de quadros, esculturas e outras formas de artes plásticas. A vida do artista, considerado gênio por uns e louco por outros, também está ligada a tristes passagens em manicômios. Em 1852 ele foi internado na Colônia Juliano Moreira (RJ), onde permaneceu por 50 anos com o diagnóstico de “esquizofrenia do tipo paranóica”. O incidente ocorreu após ele ter sido capturado no Mosteiro de São Bento onde estava anunciando para um grupo de monges que ele era um enviado de Deus que estava na Terra para ajudar os vivos e os mortos.
Seus trabalhos, feitos na maior parte com materiais provenientes de lixo e sucata de dentro do próprio manicômio, que foi sua casa até sua morte, são ao mesmo tempo controversos e de uma significância sem igual para a arte vanguardista do Brasil. “Segunda Pele” é um apanhado de diversos trabalhos do artista, provenientes do Acervo Bispo do Rosário (RJ).

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