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Meio Ambiente Moradores denunciam construtora por 'matar' igarapé no Tarumã

Material de construção foi despejado no curso d’água do igarapé por construtora, que nega haver relação com obras e culpa o período de chuvas na capital


Foto: Euzivaldo Queiroz

Moradores do condomínio Reserva das Flores, no bairro Tarumã, Zona Oeste de Manaus, estão se mobilizando para cobrar medidas contra os impactos das obras realizadas pela construtora S.B Imóveis, que pretende inaugurar um novo empreendimento próximo à Avenida do Turismo.

As intervenções teriam começado em 2015 e, há cerca de dois anos, uma área do local foi desmatada para a implementação do loteamento Caminho das Marinas I e II, com previsão de 254 lotes. O barro retirado da terraplanagem teria sido despejado em um lago e um igarapé, degradando uma área de reprodução de espécies de aves como araras, maritacas e maracanãs.

Na opinião do administrador Deyri Silva, 46, vizinho do empreedimento e do igarapé, a empresa incorreu em três crimes ambientais. “Eles ultrapassaram os limites de uma obra responsável”, opina. “As pessoas costumavam pescar no lago, e a água batia no ombro. Hoje, esse volume não cobre nem o meio da canela”, lamenta.

Silva diz que, além de solicitar providências do poder público, a vizinhança deve levar a denúncia a veículos da imprensa estrangeira. “Os órgãos locais sabem e nada fizeram”, afirmou.


O igarapé corre nos fundos do condomínio e deságua no lago, localizado perto da rua Marina Tauá, via de acesso aos flutuantes localizados no Tarumã. A área possui 96.235 metros quadrados. Na placa da obra, consta referência de licença para terraplanagem concedida pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) com validade de um ano.

A engenheira Dalva Santos, da S.B Imóveis, afirmou à reportagem que, devido ao grande volume de chuvas registrado também durante o verão manauara, o barro acabou transbordando das estruturas de contenção instaladas pela empresa e exigidas pelo Instituto de Proteção Ambiental.

“A área da obra situa-se numa parte elevada”, acrescentou. “Uma empresa foi contratada para fazer o reflorestamento do local. Agora, o dano é imediato, mas a recuperação demora um pouco”, disse; Ela ressaltou que, como exemplo de respeito ao meio-ambiente, a empresa mantém a Reserva de Patrimônio Natural Belvedere dos Pássaros, localizada no mesmo bairro, com 230 mil metros quadrados onde vivem espécies da fauna e flora típicas do local.

Em nota, o Ipaam informou que ainda não recebeu denúncia formal sobre o igarapé. No entanto, a partir da informação repassada pela reportagem, afirmou que vai enviar fiscais até o local para verificar a situação e tomar as medidas administrativas cabíveis.



( Com Informações do Portal Acrítica)


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