Por Enio Verri
É mentira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faça parte do passado, como apregoa a Folha de S. Paulo. A luta da imprensa golpista não é contra o Bolsonaro. Ele é apenas uma personagem passageira, que será defenestrada pela elite assim que entregar o serviço e não ter mais utilidade
16 de dezembro de 2019, 10:49 h
(Foto: Ricardo Stuckert | Reuters)
É mentira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faça parte do passado, como apregoa a Folha de S. Paulo. A luta da imprensa golpista não é contra o Bolsonaro. Ele é apenas uma personagem passageira, que será defenestrada pela elite assim que entregar o serviço e não ter mais utilidade. Certa imprensa é escravocrata e advoga em favor das medidas do ministro da Economia, Paulo Guedes, que produzirá o aprofundamento da miséria da qual o Brasil vinha, paulatinamente saindo, desde os governos do Partido dos Trabalhadores. Hoje, mais da metade dos brasileiros vive com R$ 415 por mês. Os programas sociais estão sendo cortados, desde o Bolsa Família ao Minha Casa Minha Vida, que poderia gerar empregos e fazer a economia retomar o crescimento. Nesse sentido, Lula não está no passado, nem tampouco atual, ele é a vanguarda, pois o Brasil pode e merece voltar a ser feliz e mudar estruturalmente a escandalosa desigualdade.
Apesar de o jornal tentar contemporizar, dizendo que o período foi o melhor da história, seu discurso escancara o desejo de tirar Lula do caminho, de deslegitimar seu protagonismo político de liderança mundial e legitimar a desigualdade como uma realidade natural. Para a Folha, quando havia empregos e a pessoas se alimentavam mais de três ao dia; quando mais de cinco milhões de filhos de pobres, eminentemente negros, ingressavam nos ensinos universitário e técnico, é um modelo esgotado que não pode dar certo. Esse é o papel de quem serve ao mercado financeiro, que fará qualquer coisa, inclusive referendar um golpe de Estado, para impedir a volta do PT ao governo. Outra vez, a atualidade de Lula se faz presente, uma vez que sempre defendeu a democracia, desde antes da sua restituição, em 1985. O ex-presidente perdeu três eleições e não contestou nenhuma delas. Já a direita, quando derrotada, em 2014, a primeira coisa que fez, com total apoio desse mesmo jornal, foi declarar uma guerra contra o governo, prometendo não deixar a presidenta Dilma Rousseff governar.
Dia após dia, a Folha cedeu espaço para a construção da narrativa de defesa de um golpe contra uma presidenta honesta e honrada. Ela foi deposta pela elite mais atrasada e truculenta do mundo, que vai transformar o Brasil em uma grande fazenda superespecializada em produção e exportação de matéria-prima. Nos governos do PT, o Brasil ganhou dignidade e protagonismo internacional. Foi um tempo em que mais avanços se produziram, em todos os campos. Porém, a virulência do ódio inoculado na população, contra política, esquerdas e o PT, somada à despolitização geral, independente do grau de escolaridade ou nível social, produziu uma ojeriza nas pessoas que, infelizmente, algumas se vangloriam de não discutir política. Isso é justamente o que o sistema deseja. Uma sociedade alheia aos processos políticos que suprimem direitos básicos, minimamente humanistas, e açambarcam os recursos energéticos para entregar ao desenvolvimento de outros povos. A soberania dos brasileiros está sendo suprimida e não há reação, como se os brasileiros não fossem dignos, merecedores e responsáveis de sua autodeterminação.
O povo brasileiro construiu e constrói, diariamente, as empresas, Petrobras, Eletrobras, Correios, BB, Caixa, Casa da Moeda, Embrapa, Serpro, DataPrev, entre centenas de outras. Além disso, desenvolveu maneira própria de enriquecer urânio; é campeão mundial em prospecção e exploração de petróleo em águas super profundas; construiu um avançado acelerador de partículas e foi, até a entrega da Embraer, líder mundial na produção de aeronaves para até 100 passageiros. Um povo com essa capacidade não pode se subjugar aos interesses de outras nações e abandonar a soberania daquela que já foi, há não muito tempo, a 6ª economia do mundo. Foi a esquerda quem mais investiu no País e sua gente e, por isso, tirou 36 milhões da miséria e criou quase 20 milhões de empregos com carteira assinada, com os mesmos direitos que Temer e Bolsonaro já arrancaram da classe trabalhadora.
E, então, mais uma vez, nos encontramos com o vanguardismo do Lula, como o maior articulador político da nossa história. O ex-presidente foi o que mais aproximou o Brasil de um maior número de países, estabelecendo compromissos de colaboração e não de exploração e, muito menos, de submissão a qualquer país do mundo. Ele participou de incontáveis acordos internacionais, inclusive um entre os EUA e o Irã, em que estava em jogo a autonomia do Irã sobre o enriquecimento do urânio. Lula é do diálogo, não é da arma. Ele não teria construído essa liderança em estado de animosidade com os demais países. Ele é do entendimento, desde que se entenda que não é admissível o Brasil não ser dos brasileiros e que ainda haja fome no país em que as commodities do campo são o que mais pesam na balança comercial. Lula está certo, devemos radicalizar na defesa da soberania nacional, do Brasil novamente para os brasileiros. A única saída é a ocupação ostensiva e inarredável das ruas.
Deputado federal e professor licenciado do departamento de Economia da Universidade Estadual do Paraná
É mentira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faça parte do passado, como apregoa a Folha de S. Paulo. A luta da imprensa golpista não é contra o Bolsonaro. Ele é apenas uma personagem passageira, que será defenestrada pela elite assim que entregar o serviço e não ter mais utilidade
16 de dezembro de 2019, 10:49 h
(Foto: Ricardo Stuckert | Reuters)
É mentira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faça parte do passado, como apregoa a Folha de S. Paulo. A luta da imprensa golpista não é contra o Bolsonaro. Ele é apenas uma personagem passageira, que será defenestrada pela elite assim que entregar o serviço e não ter mais utilidade. Certa imprensa é escravocrata e advoga em favor das medidas do ministro da Economia, Paulo Guedes, que produzirá o aprofundamento da miséria da qual o Brasil vinha, paulatinamente saindo, desde os governos do Partido dos Trabalhadores. Hoje, mais da metade dos brasileiros vive com R$ 415 por mês. Os programas sociais estão sendo cortados, desde o Bolsa Família ao Minha Casa Minha Vida, que poderia gerar empregos e fazer a economia retomar o crescimento. Nesse sentido, Lula não está no passado, nem tampouco atual, ele é a vanguarda, pois o Brasil pode e merece voltar a ser feliz e mudar estruturalmente a escandalosa desigualdade.
Apesar de o jornal tentar contemporizar, dizendo que o período foi o melhor da história, seu discurso escancara o desejo de tirar Lula do caminho, de deslegitimar seu protagonismo político de liderança mundial e legitimar a desigualdade como uma realidade natural. Para a Folha, quando havia empregos e a pessoas se alimentavam mais de três ao dia; quando mais de cinco milhões de filhos de pobres, eminentemente negros, ingressavam nos ensinos universitário e técnico, é um modelo esgotado que não pode dar certo. Esse é o papel de quem serve ao mercado financeiro, que fará qualquer coisa, inclusive referendar um golpe de Estado, para impedir a volta do PT ao governo. Outra vez, a atualidade de Lula se faz presente, uma vez que sempre defendeu a democracia, desde antes da sua restituição, em 1985. O ex-presidente perdeu três eleições e não contestou nenhuma delas. Já a direita, quando derrotada, em 2014, a primeira coisa que fez, com total apoio desse mesmo jornal, foi declarar uma guerra contra o governo, prometendo não deixar a presidenta Dilma Rousseff governar.
Dia após dia, a Folha cedeu espaço para a construção da narrativa de defesa de um golpe contra uma presidenta honesta e honrada. Ela foi deposta pela elite mais atrasada e truculenta do mundo, que vai transformar o Brasil em uma grande fazenda superespecializada em produção e exportação de matéria-prima. Nos governos do PT, o Brasil ganhou dignidade e protagonismo internacional. Foi um tempo em que mais avanços se produziram, em todos os campos. Porém, a virulência do ódio inoculado na população, contra política, esquerdas e o PT, somada à despolitização geral, independente do grau de escolaridade ou nível social, produziu uma ojeriza nas pessoas que, infelizmente, algumas se vangloriam de não discutir política. Isso é justamente o que o sistema deseja. Uma sociedade alheia aos processos políticos que suprimem direitos básicos, minimamente humanistas, e açambarcam os recursos energéticos para entregar ao desenvolvimento de outros povos. A soberania dos brasileiros está sendo suprimida e não há reação, como se os brasileiros não fossem dignos, merecedores e responsáveis de sua autodeterminação.
O povo brasileiro construiu e constrói, diariamente, as empresas, Petrobras, Eletrobras, Correios, BB, Caixa, Casa da Moeda, Embrapa, Serpro, DataPrev, entre centenas de outras. Além disso, desenvolveu maneira própria de enriquecer urânio; é campeão mundial em prospecção e exploração de petróleo em águas super profundas; construiu um avançado acelerador de partículas e foi, até a entrega da Embraer, líder mundial na produção de aeronaves para até 100 passageiros. Um povo com essa capacidade não pode se subjugar aos interesses de outras nações e abandonar a soberania daquela que já foi, há não muito tempo, a 6ª economia do mundo. Foi a esquerda quem mais investiu no País e sua gente e, por isso, tirou 36 milhões da miséria e criou quase 20 milhões de empregos com carteira assinada, com os mesmos direitos que Temer e Bolsonaro já arrancaram da classe trabalhadora.
E, então, mais uma vez, nos encontramos com o vanguardismo do Lula, como o maior articulador político da nossa história. O ex-presidente foi o que mais aproximou o Brasil de um maior número de países, estabelecendo compromissos de colaboração e não de exploração e, muito menos, de submissão a qualquer país do mundo. Ele participou de incontáveis acordos internacionais, inclusive um entre os EUA e o Irã, em que estava em jogo a autonomia do Irã sobre o enriquecimento do urânio. Lula é do diálogo, não é da arma. Ele não teria construído essa liderança em estado de animosidade com os demais países. Ele é do entendimento, desde que se entenda que não é admissível o Brasil não ser dos brasileiros e que ainda haja fome no país em que as commodities do campo são o que mais pesam na balança comercial. Lula está certo, devemos radicalizar na defesa da soberania nacional, do Brasil novamente para os brasileiros. A única saída é a ocupação ostensiva e inarredável das ruas.
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