Populares disseram que mais de 20 pessoas levaram o trio para o local, depois os torturaram e mataram
Foto: Jair Araújo
Dulcinéia Ferreira Lima Ramos, conhecida como "Baiana", 51 anos, o filho dela, Yuri Lima Ramos, 19 anos, e um outro homem identificado apenas como Matheus foram encontrados decapitados na manhã desta quinta-feira (17) em uma área de mata na Comunidade Itaporanga, bairro Nova Cidade, Zona Norte.Segundo o tenente Francisco Batista, da 15ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), por volta das 3h, moradores informaram que pessoas foram mortas na comunidade. Os policiais da 13ª e 15ª Cicom's e Força Tática foram ao local e não encontraram os corpos.
De acordo com o tenente, por volta das 6h, novas informações foram passadas para a 15ª Cicom. Os policiais foram ao local e encontraram, atrás de uma residência, o corpo de Lucinéia "Baiana", com as mãos amarradas e decapitada. A cabeça foi jogada em uma área de mata. Alguns metros mata a dentro foram encontrados mais 2 corpos. O de Yuri, com um corte grande no pescoço, uma das mãos cortadas e com uma corda amarrada em outra mão. Mateus foi encontrado com as mãos amarradas e decapitado.
As vítimas foram achadas por moradores da área por volta das 3h. O tronco de Lucinéia foi achado primeiro na entrada da mata. A cabeça dela foi encontrada alguns metros depois junto aos corpos de Yuri e Matheus que estavam um sobre o outro, também decapitados.
A população contou que Baiana era uma das líderes da comunidade. Conforme eles, a mulher vendia os terrenos e cobrava taxas dos moradores. Ela teria vendido um terreno que pertencia a um outro líder comunitário. Por conta disso foi ameaçada e morta.
Populares disseram que mais de 20 pessoas levaram o trio para o local, depois os torturaram e mataram. Nas portas das casas que ficam próximas ao local onde os corpos estavam apresentavam sinais de arrombamento. A Sigla do Comando Vermelho (CV) foram escritas com o sangue das vítimas. Um homem de 34 anos, que dormia em uma das casas, foi espancado pelos criminosos. Ele foi encaminhado ao SPA do Galiléia, também na Zona Norte.
A população contou que suspeitam que a sigla foi pintada nas casas para despistar, atribuindo o crime a guerra de facções criminosas. Mas na realidade foi uma briga entre os líderes da comunidade.
Um vídeo, que circula pelas redes sociais, mostra Dulcinéia e seu filho Yuri sendo torturados. Os torturadores perguntam onde estão as armas e em seguida se dizem membros do Comando Vermelho e exaltam "Mano G" que e Gelson Carnaúba, um dos líderes da facção criminosa.
O marido de Dulcinéia, Francisco de Souza Pereira, 53 anos, foi assassinado com quatro tiros no dia 27 de Fevereiro deste ano na Comunidade Urucaia, que fica também no Bairro Nova Cidade. A morte estaria relacionada também à disputa por terras.
Na manhã desta quinta-feira, o Instituto Médico Legal (IML) fez a remoção dos corpos para exame de Necropsia e a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) vai investigar o caso.
Segundo o Departamento de Polícia Técnica Científica (DPTC), os corpos estavam com sinais de tortura e com várias perfurações feitas com arma branca. Foi recolhida uma faca e um pedaço de madeira que estavam com marcas de sangue na mata.
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