Uma adolescente de 13 anos fez dois disparos com uma espingarda contra
um garimpeiro de 27, que entrou na propriedade rural em que ela mora com
a família, em Alta Floresta (MT), a 800 km de Cuiabá. O caso aconteceu
no último domingo (29). A jovem alega legítima defesa.
A informação é da FOLHAPRESS
Uma frase em tom de ameaça teria motivado a adolescente a atirar | Agência Brasil/Arquivo
Em depoimento à polícia, na quarta (2), a adolescente contou que estava em casa com a irmã mais velha, de 21 anos, por volta das 11h50, quando ouviu um barulho de buzina na porteira da fazenda. Os pais, segundo ela, tinham ido a um mercado na cidade.
O homem que buzinava trabalha em um garimpo localizado no fundo da fazenda. Para chegar ao local, ele passa nas proximidades da casa da família da adolescente. Segundo a Polícia Civil, a jovem disse ter aberto a porteira para ele, que seguiu o trajeto para os fundos da propriedade, uma área afastada da residência da família da adolescente.
Cerca de 30 minutos após o garimpeiro entrar, segundo a garota, ela ouviu o barulho da motocicleta dele perto da casa. A adolescente, então, saiu de casa com uma espingarda calibre 22 em punho.
O homem estaria a poucos metros de distância. Segundo a polícia, a garota, ao ser avistada por ele, afirmou ter ouvido o garimpeiro falar: "Quem se acha muito, morre".
Em seguida, a adolescente afirmou ter ficado assustada com um movimento do homem, que, segundo ela, passou a impressão de que desceria da motocicleta. Por medo de que ele fizesse algo, segundo a polícia, efetuou dois disparos contra o homem, que atingiram o braço esquerdo e o abdômen dele.
A garota afirmou ter ficado receosa com o homem pois, no dia anterior, conforme depoimento dela e da mãe, o garimpeiro teve uma discussão com o pai da família. O motivo seria que ele não queria que continuassem passando pela sua área da propriedade em direção ao garimpo nos fundos da fazenda.
Após atirar no homem, a adolescente disse ter ficado assustada, que não tinha a intenção de machuca-lo, mas de impedi-lo de se aproximar.
Baleado, o garimpeiro pilotou a motocicleta em direção à cidade e foi a um hospital. A equipe médica constatou que um dos disparos atingiu o pulmão dele, que teve de passar por drenagem. Ele permanece internado, sem previsão de alta hospitalar, e seu quadro de saúde é considerado estável.
O delegado Pablo Carneiro, responsável por conduzir as investigações, afirma que os disparos feitos pela adolescente podem ser considerados legítima defesa, o que não implicaria punição para a garota. "Mas ainda vamos analisar a responsabilidade dela no caso", afirma Carneiro. Ela, a mãe e a irmã foram liberadas pela polícia após prestarem depoimentos.
O pai da jovem poderá ser autuado por posse ilegal de arma e omissão de cautela, em razão de ter deixado o objeto ao alcance da jovem. Conforme o delegado, as apurações iniciais apontam que a espingarda utilizada pela garota não tem registro.
Pela falta do registro, o pai não deverá ser beneficiado pela lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro que ampliou a posse de arma de fogo na área rural.
A arma usada para disparar contra o garimpeiro não foi encontrada até esta sexta-feira (4). A jovem disse que, logo após os tiros, deixou a espingarda perto de uma árvore e correu para casa. Depois, não a viu mais.
A reportagem não conseguiu ouvir o garimpeiro. Segundo a dona de casa Joelma dos Santos, tia do homem baleado, há dois garimpos na fazenda em que a adolescente mora. Um deles está sob os cuidados do pai da jovem; o outro, segundo a mulher, possui diversos trabalhadores, inclusive o sobrinho dela.
Ela diz que conversou com o garimpeiro no hospital e, pelo relato, dele a adolescente já o recebeu com espingarda nas mãos e não quis abrir a porteira para ele entrar. Então, o rapaz reclamou e a adolescente em seguida atirou.
O garimpeiro deverá ser ouvido pela polícia nos próximos dias. "Estão falando que a menina estava defendendo a casa dela, mas nada disso é verdade. Lá existem dois garimpos e meu sobrinho só queria entrar para tomar banho em seu local de trabalho, mas ela não deixou", diz Joelma.
A informação é da FOLHAPRESS
Uma frase em tom de ameaça teria motivado a adolescente a atirar | Agência Brasil/Arquivo
Em depoimento à polícia, na quarta (2), a adolescente contou que estava em casa com a irmã mais velha, de 21 anos, por volta das 11h50, quando ouviu um barulho de buzina na porteira da fazenda. Os pais, segundo ela, tinham ido a um mercado na cidade.
O homem que buzinava trabalha em um garimpo localizado no fundo da fazenda. Para chegar ao local, ele passa nas proximidades da casa da família da adolescente. Segundo a Polícia Civil, a jovem disse ter aberto a porteira para ele, que seguiu o trajeto para os fundos da propriedade, uma área afastada da residência da família da adolescente.
Cerca de 30 minutos após o garimpeiro entrar, segundo a garota, ela ouviu o barulho da motocicleta dele perto da casa. A adolescente, então, saiu de casa com uma espingarda calibre 22 em punho.
O homem estaria a poucos metros de distância. Segundo a polícia, a garota, ao ser avistada por ele, afirmou ter ouvido o garimpeiro falar: "Quem se acha muito, morre".
Em seguida, a adolescente afirmou ter ficado assustada com um movimento do homem, que, segundo ela, passou a impressão de que desceria da motocicleta. Por medo de que ele fizesse algo, segundo a polícia, efetuou dois disparos contra o homem, que atingiram o braço esquerdo e o abdômen dele.
A garota afirmou ter ficado receosa com o homem pois, no dia anterior, conforme depoimento dela e da mãe, o garimpeiro teve uma discussão com o pai da família. O motivo seria que ele não queria que continuassem passando pela sua área da propriedade em direção ao garimpo nos fundos da fazenda.
Após atirar no homem, a adolescente disse ter ficado assustada, que não tinha a intenção de machuca-lo, mas de impedi-lo de se aproximar.
Baleado, o garimpeiro pilotou a motocicleta em direção à cidade e foi a um hospital. A equipe médica constatou que um dos disparos atingiu o pulmão dele, que teve de passar por drenagem. Ele permanece internado, sem previsão de alta hospitalar, e seu quadro de saúde é considerado estável.
O delegado Pablo Carneiro, responsável por conduzir as investigações, afirma que os disparos feitos pela adolescente podem ser considerados legítima defesa, o que não implicaria punição para a garota. "Mas ainda vamos analisar a responsabilidade dela no caso", afirma Carneiro. Ela, a mãe e a irmã foram liberadas pela polícia após prestarem depoimentos.
O pai da jovem poderá ser autuado por posse ilegal de arma e omissão de cautela, em razão de ter deixado o objeto ao alcance da jovem. Conforme o delegado, as apurações iniciais apontam que a espingarda utilizada pela garota não tem registro.
Pela falta do registro, o pai não deverá ser beneficiado pela lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro que ampliou a posse de arma de fogo na área rural.
A arma usada para disparar contra o garimpeiro não foi encontrada até esta sexta-feira (4). A jovem disse que, logo após os tiros, deixou a espingarda perto de uma árvore e correu para casa. Depois, não a viu mais.
A reportagem não conseguiu ouvir o garimpeiro. Segundo a dona de casa Joelma dos Santos, tia do homem baleado, há dois garimpos na fazenda em que a adolescente mora. Um deles está sob os cuidados do pai da jovem; o outro, segundo a mulher, possui diversos trabalhadores, inclusive o sobrinho dela.
Ela diz que conversou com o garimpeiro no hospital e, pelo relato, dele a adolescente já o recebeu com espingarda nas mãos e não quis abrir a porteira para ele entrar. Então, o rapaz reclamou e a adolescente em seguida atirou.
O garimpeiro deverá ser ouvido pela polícia nos próximos dias. "Estão falando que a menina estava defendendo a casa dela, mas nada disso é verdade. Lá existem dois garimpos e meu sobrinho só queria entrar para tomar banho em seu local de trabalho, mas ela não deixou", diz Joelma.
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