SUPERAÇÃO
Família prestigiou a formatura de Werner na noite dessa quarta (24).
Quando criança, médicos afirmaram que Werner Lopes não conseguiria sequer ser alfabetizado. Meta do jovem que colou grau na quarta-feira (24), em Manaus, é se tornar juiz.
Por Danilo Alves
Foto: Antônio Lima
Aos 26 anos, o universitário Werner Lopes venceu mais um desafio dos vários que já enfrentou na vida: concluiu o curso de direito. O jovem diagnosticado com poliomielite (ou paralisia infantil) emocionou, na noite dessa quarta-feira (24), amigos e familiares durante a colação de grau da turma, realizada no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Amazonas (OAB-AM), na Zona Centro-Sul de Manaus.
Com lágrimas nos olhos e orgulho no coração, a mãe de Werner, a funcionária pública Genir de Albuquerque Lopes, 57, viu o filho realizar um sonho. Além de ser formando, o filho passou na primeira fase do Exame da Ordem e aguarda o resultado da segunda etapa de provas.
“Ele passou cinco anos sonhando com esse dia. Ele acreditou que estudando pudesse fazer a diferença no mundo. Conseguiu e eu estou muito orgulhosa”, explicou.
Quando tinha seis meses, Werner iniciou o tratamento para a paralisia. Segundo Genir, alguns médicos acreditavam que o movimento das pernas e braços do jovem, além do poder cognitivo, não conseguiriam ter evolução.
“Houve falta de oxigênio no cérebro dele quando era criança. Desde então nós lutamos ano a ano para fazer com que ele fosse educado”, explicou.
Ainda de acordo com Genir, mais do que a ajuda da família, houve engajamento do próprio filho. Na hora da escolha do curso, o pai de Werner, Cosme Lopes, 57, se surpreendeu.
“Ele é um menino muito estudioso e esforçado. Quando ele disse que ia fazer Direito eu o aconselhei a escolher outro curso mais tranquilo, mas ele rejeitou meu conselho. Hoje e sempre ele será meu orgulho e de todos da família”, disse o pai.
Ao todo, 44 alunos participaram da cerimônia. A frase do juramento foi uma das partes mais emocionantes da cerimônia. Ao dizer “eu juro com toda a minha honra”, Werner comemorou com outros alunos. Um deles foi Evandro Thiago Cid, 27. O colega foi as pernas e braços de Werner durante os cinco anos de faculdade. O rapaz chegou a agradecer Thiago durante a cerimônia.
“Eu que agradeço ao Werner. Ele aprendeu, mas também ensinou muito durante a faculdade. O valor da amizade ultrapassa a barreira do preconceito e foi justamente isso que todos fizemos. Nós acolhemos o Werner como amigo e ele só trouxe coisas boas”, disse.
Um novo horizonte
O objetivo de Werner Lopes era mostrar à sociedade que ser portador de poliomielite não se resume em viver para sempre em uma cadeira de rodas ou até falar e andar com dificuldade. Mais do que isso, o jovem queria fazer a diferença.
“Dizer que foi fácil seria mentira, mas a experiência da universidade me deu, não só forças para esquecer as dificuldades da minha doença, mas também me deu perspectivas para o futuro”, resume Werner, que agora sonha em se tornar juiz.
(Com informações da acritica.com )
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