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Cadê o “livro” do Cunha

Todos os jornais anunciam que Eduardo Cunha dedicava-se, nos últimos dias, a ditar o seu livro (caixa?) de memórias políticas.

A Folha assim o registra:

Em recente conversa com a Folha, Cunha disse que tinha mais de cem páginas prontas. Buscava um profissional para auxiliá-lo a formatar o texto e deixá-lo de modo publicável.

Para colocar suas “memórias” no papel, levantou agendas antigas de compromissos públicos e privados. Há meses vinha também esquadrinhando todas as doações que capitaneou para o PMDB, um levantamento que delegou ao corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, que acabou preso em julho.

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Antes, porém, Funaro relatou a aliados que havia juntado “quilos de papéis”.

Assim como todos sabem – a começar por ele, Cunha – que Moro ia mandar prendê-lo, como mandou, ontem.

Então, não é crível que Eduardo Cunha não soubesse que, ao ser preso, não se faria uma busca e apreensão – como se fez – em sua casa e (bingo!) lá estariam os originais.

Se não estivessem lá, grampeado e monitorado como estava, saberão, com certeza, onde ou com quem estão.

Portanto, em “cognição sumária” – também posso, não é? -, é obvio que Cunha pôs nestas páginas aquilo que selecionou como “útil” a mandar recados a quem de direito, sejam os promotores ou os políticos.

E não mais que isso, claro. O que haveria a negociar já colocando o filé na bandeja?

Mas Cunha, na própria Folha, teria dito que os aperitivos seriam Moreira Franco e Rodrigo Maia.

Então, agora, além do vazamento seletivo e delação seletiva temos também a “confissão seletiva” de Eduardo Cunha.

Espera-se que o Dr. Sérgio Moro, tão pressuroso em divulgar as escutas dos telefonemas entre Lula e Dilma, em nome do direito de informação da “opinião pública”, libere imediatamente o acesso ao cento de páginas escritas ou ditadas por Cunha.

Já, agora, sem mais delongas. Como fez com a Presidenta.


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