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Santarém abandonada


O jornalista Marcos Santos, postou no Quarto Poder a precariedade em que estão ás ruas de Santarém.

O inverno amazônico tem sido cruel com a população carente de Santarém. Nos últimos dias, as chuvas causaram inúmeros estragos em vários bairros da periferia da cidade, acarretando, além de transtornos para as pessoas, enormes prejuízos materiais. Com o volume das águas pluviais, as galerias transbordam e a água suja invade as residências, levando lixo e lama para o interior dos imóveis.

Devido à condição precária da vias públicas, quando a chuva cessa, o cenário lembra muito a de uma cidade que acabou de ser devastada por um tsunami. Sem asfalto de qualidade, drenagem profunda e rede de esgoto eficiente ou existente, as ruas localizadas nas áreas mais carentes são facilmente danificadas.

Os estragos, no entanto, não ocorrem apenas no subúrbio. A falta de infraestrutura alcança toda área urbana da cidade, inclusive as ruas do centro comercial. E ainda vem muita água por aí. De acordo com dados do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), até o mês de abril o volume de chuvas será ainda maior e os estragos também.

O Sipam já emitiu alerta de temporais para toda a região Amazônica para os próximos dias, orientando os órgãos de defesa civil dos municípios para que redobrem a atenção com as áreas de riscos.

Em Santarém, há vários pontos críticos e com perigo de desabamento, monitorados diariamente pela Defesa Civil do município. Na semana passada, a forte chuva que desabou sobre a cidade afetou a malha viária de algumas comunidades, impedindo o tráfego de veículos e o acesso dos pedestres.

No Santarenzinho, por exemplo, a enxurrada destruiu completamente o asfalto da rua Cruzeiro do Norte, deixando-a em condição deplorável. O forte temporal evidenciou, além da falta de infraestrutura adequada dos bairros da cidade, a péssima qualidade do asfalto usado pela Prefeitura no recapeamento das ruas.


Os moradores da Cruzeiro do Norte exigem que a via seja recuperada e que, desta vez, o material usado seja mais resistente às enxurradas.

O secretário de Planejamento do município, Everaldo Martins, em contato com o QP por telefone, na última quarta-feira (30), informou que a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) atua imediatamente após as chuvas com suas equipes percorrendo a cidade para desobstruir galerias e limpar as ruas danificadas pelas enxurradas.

Segundo ele, o governo faz a sua parte, porém, a população deveria participar também no zelo pelas vias públicas e ter mais consciência, evitando, por exemplo, jogar lixo na rua ou nas galerias.

Ele lembrou que no caso da rua Cruzeiro do Norte, no bairro do Santarenzinho, os próprios moradores despejaram entulhos nas galerias, que não suportaram o volume de água e transbordou, causando os danos àquela via.

Segundo Everaldo Martins, a Seminf já mandou uma equipe ao bairro para fazer um levantamento detalhado sobre a extensão do problema daquela rua e, posteriormente, dependendo da análise técnica, proceder com a correção.

O secretário lembrou ainda que a Prefeitura também está verificar se a obra está dentro do prazo de garantia, pois, se estiver, caberá à empresa refazer todo o serviço. “Estamos acompanhando todas as situações e fazendo levantamento de todos os problemas e fazer as correções necessárias”, disse Everaldo Martins.

A doméstica Rosângela Andrade diverge da afirmação do secretário e culpa a Prefeitura pelo péssimo serviço feito na rua Cruzeiro do Norte. Segundo ela, desde o ano passado que as chuvas começaram danificar o leito da via, uma vez que o asfalto nunca mostrou ser resistente a enxurradas. “Na quarta-feira, a chuva foi muito forte! Quase seis horas seguidas de muita água. Quando a gente percebeu, as placas de asfalto estavam sendo arrastadas e muitas ficaram na frente da casa das pessoas”, lembra.

O QP, acionado por um grupo de moradores, registrou o que dona Rosangela afirmou. Todo o asfalto da rua Cruzeiro do Norte foi destruído. As galerias também foram danificadas e encontram-se obstruídas por lixo e mato.

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