Do Jornal Em Tempo
Depoimento de Meire Tereza pode levar a abertura de processo de cassação do mandato do deputado estadual Wallace Souza. Aleam analisa acusações na próxima semana.
A situação do deputado Wallace Souza (PP), que já era difícil, se complicou de vez. A esposa do ex-PM Moacir Jorge Pessoa da Costa, o “Moa”, a autônoma Meire Tereza Ramos de Albuquerque, 42, reapareceu e em um depoimento considerado “bombástico”, disse que recebeu R$ 5 mil do parlamentar e a promessa de que ganharia passagens aéreas para visitar o marido na penitenciária de Catanduva (PR) se dissesse que Moa havia sido torturado.“As informações são contundentes e graves. Agora existem indícios para iniciar processo contra o deputado”, afirmou o corregedor-geral da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), deputado Josué Neto, que foi convidado e assistiu ao depoimento acompanhado do presidente, em exercício, da Comissão de Direitos Humanos da Aleam, deputado Luiz Castro (PPS). “As denúncias são graves e agora existem evidências do envolvimento do deputado no caso”, afirmou Castro. Castro e Neto informaram que o depoimento foi gravado e será encaminhado à Aleam na próxima segunda-feira. Junto com o depoimento seguirão cópias de dois, dos 15 inquéritos, instaurados contra o deputado, Raphael Souza e outros denunciados.É com base no material que a Corregedoria e a CDH devem direcionar suas providências a partir da semana que vem. Diante dos fatos, Josué Neto e Castro admitem a possibilidade de levar o caso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que pode acionar o Conselho de Ética da Aleam. Isso levaria a um processo de cassação de Wallace por quebra de decoro parlamentar.“A Assembleia nunca esteve ausente, só estávamos fazendo um trabalho cauteloso para agir no momento certo, que é o que vamos fazer agora. Esperamos contar com a participação dos outros 23 deputados nessa nova etapa”, afirmou Neto.No depoimento que foi prestado diante do secretário de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, Thomaz de Vasconcelos, e do promotor de justiça Ronaldo Andrade, Meire contou que recebeu os R$ 5 mil das mãos de Raphael durante um encontro na Avenida Darcy Vargas. O acertado, segundo ela, é que receberia dinheiro e duas passagens aéreas e estadia, por mês, para visitar o marido no Paraná. Em troca, ela e “Moa” teriam que procurar a imprensa e dizer, como aconteceu, que o ex-policial tinha sido torturado pelo secretário de Inteligência.
“Moa” recebia R$ 500 por mês
Em seu depoimento, Meire também desmentiu a versão anterior prestada pelo deputado. Wallace disse que tinha visto “Moa” uma única vez durante um churrasco em sua residência, ocasião em que ambos foram fotografados juntos na piscina. Mas, segundo ela, “Moa” recebia R$ 500 por mês para trabalhar como segurança de Wallace.“Isso é oferecimento de vantagem financeira”, afirmou Thomaz. Conforme o secretário, ela disse que resolveu contar a verdade porque estava com dor na consciência e que não aguentava mais conviver com aquele tipo de situação. “Ela disse que assim como teve coragem, espera que o marido também confirme seu primeiro depoimento”, afirmou Thomaz.Outra denúncia, envolvendo o deputado Wallace Souza, deve ser encaminhada à Aleam na próxima semana. Uma adolescente de 15 anos, em depoimento, acusou o deputado de a ter aliciado. A Casa deve avaliar mais essa acusação.
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