Embarcação transportava passageiros que vinham de uma festa na comunidade Costa do Pesqueiro, próxima de Manacapuru.
FABÍOLA PASCARELLI
EM TEMPO
fpascarelli@emtempo.com.
O naufrágio do barco “Comandante Sales”, no rio Solimões, ocorrido por volta das 5h45de ontem no município de Manacapuru (a 80 quilômetros de Manaus) deixou ao menos 15 mortos e mais de 40 desaparecidos. O barco foi a pique após deixar a comunidade Costa do Pesqueiro com destino à sede do município. O motivo do acidente ainda não foi esclarecido, mas a Capitania dos Portos suspeita de excesso de lotação.
Segundo o Corpo de Bombeiros, pouco mais de 50 sobreviventes foram resgatados até o final de tarde de ontem. A corporação informou que a embarcação estaria com, aproximadamente, entre 113 e 116 passageiros a bordo. O número não foi confirmado pela Capitania dos Portos, pois não havia lista de passageiros e o comandante do barco, Francisco Alves de Sales, de 44 anos, morreu no acidente.
O “Comandante Sales” teria sido fretado para transportar os convidados de uma festa tradicional da comunidade do Pesqueiro, que fica na margem oposta à de Manacapuru, no rio Solimões. O acidente aconteceu 40 minutos após o barco ter iniciado a viagem de volta, já próximo ao município.
Sobreviventes contaram que havia mais de 100 pessoas a bordo, quando a capacidade do barco seria de 60 passageiros.
Os primeiros socorros foram prestados minutos depois do naufrágio por ocupantes de um barco que navegava atrás do “Comandante Sales”, que resgataram alguns sobreviventes. O Corpo de Bombeiros chegou ao local por volta das 6h30, quando o barco, levado pela correnteza, já estava a aproximadamente 17 quilômetros de Manacapuru, próximo à comunidade Bela Vista.
Os corpos dos passageiros mortos foram levados de barco para o município de Iranduba (a 22 quilômetros de Manaus) e de lá seguiram para o Instituto Médico Legal (IML), em Manaus. Uma base foi montada no porto da cidade para agilizar o transporte das vítimas.
Um inquérito será instaurado pela Capitania dos Portos para apurar as causas do acidente. O prazo inicial para conclusão é de 90 dias, podendo ser prorrogado por até um ano.
As buscas continuam hoje
O trabalho do Corpo de Bombeiros e da Capitania dos Portos foi intenso durante todo o dia. Equipes da Polícia Militar e da Prefeitura de Manacapuru também prestaram assistência. Uma equipe de 28 homens da Companhia de Bombeiros de Manacapuru e mais 13 mergulhadores trabalharam desde as 6h30 no resgate. Uma lancha da Capitania dos Portos também fazia busca por sobreviventes na área do acidente.
Depois da retirada dos corpos, o objetivo foi içar a embarcação, que deve ser levada para Manacapuru hoje. O tenente-coronel Roberto Rocha, comandante do Corpo de Bombeiros de Manacapuru disse que o resgate apresenta grande dificuldade por conta da forte correnteza e da profundidade do rio Solimões no local. “O trabalho é dificultoso, ainda não há como precisar o fim das buscas”, afirmou. As buscas foram encerradas no início da noite de ontem e continuam durante todo o dia de hoje.
O subcomandante da Polícia Militar de Iranduba, major Marcos Brandão, afirmou não ser possível precisar o número total de vítimas. “Só vamos saber a partir de amanhã (hoje), quando os corpos devem começar a vir à tona”, disse.
A Capitania dos Portos informou que vai coletar informações com as autoridades que participaram das buscas para tentar chegar ao número exato de passageiros.
O relato dos sobreviventes
Os sobreviventes do naufrágio confirmaram a superlotação do barco. O comerciante Minael Gomes de Moraes, 29, disse que havia aproximadamente 110 passageiros. “Acho que a capacidade do barco era cerca de 60 pessoas”, afirmou. Segundo ele, o acidente foi muito rápido, deixando poucas chances para que houvesse um número maior de sobreviventes.
“Eu estava dormindo e acordei com a água invadindo o convés. Foi uma pressão muito forte, por pouco eu não conseguia sair. Algumas pessoas que estavam perto de mim não conseguiram chegar até em cima”, contou Minael.
De acordo com o pescador Orisvaldo de Freitas, 39 (foto), um dos sobreviventes, “Um ‘rebojo’ muito forte atingiu a proa do barco provocando o naufrágio. “O barco pendeu para o lado e foi questão de três minutos para ele virar completamente. Foi tudo muito rápido”, contou.
Além da superlotação, a embriaguez das pessoas também foi outra situação de risco apontada pelos passageiros que conseguiram deixar a embarcação. “Tinha muita gente bêbada e, na minha opinião, o barco estava superlotado, sim”, ressaltou o encarregado de almoxarifado Francisco Alves, 24.
As vítimas fatais
1- Ricson Pereira da Silva Costa, 16 anos
2- Jarder Balbino Lopes, 22
3- Maria Antonia da Costa Maciel, 28
4- Leniza Dias Soreano (não oficial)
5- Marcello de Souza Pereira, 22
6- Rosemeire Marques de Araújo, 30
7- Lucimeire da Silva Sales, 16
8- Francisco Alves de Sales, 44
9- Ednalva de Souza Coelho, 38
10- Maria Raquel de
Souza Ripardo, 14
11- Aldilene Gomes
Macedo, 21
12- Tanuce Silva de Assis, 18
13- Alzenira Ribeiro da Silva, 27
14- Pedro Henrique de Lima Ferreira Filho, 34
15- André Araújo de Sales, 19
Fonte: IML
FABÍOLA PASCARELLI
EM TEMPO
fpascarelli@emtempo.com.
O naufrágio do barco “Comandante Sales”, no rio Solimões, ocorrido por volta das 5h45de ontem no município de Manacapuru (a 80 quilômetros de Manaus) deixou ao menos 15 mortos e mais de 40 desaparecidos. O barco foi a pique após deixar a comunidade Costa do Pesqueiro com destino à sede do município. O motivo do acidente ainda não foi esclarecido, mas a Capitania dos Portos suspeita de excesso de lotação.
Segundo o Corpo de Bombeiros, pouco mais de 50 sobreviventes foram resgatados até o final de tarde de ontem. A corporação informou que a embarcação estaria com, aproximadamente, entre 113 e 116 passageiros a bordo. O número não foi confirmado pela Capitania dos Portos, pois não havia lista de passageiros e o comandante do barco, Francisco Alves de Sales, de 44 anos, morreu no acidente.
O “Comandante Sales” teria sido fretado para transportar os convidados de uma festa tradicional da comunidade do Pesqueiro, que fica na margem oposta à de Manacapuru, no rio Solimões. O acidente aconteceu 40 minutos após o barco ter iniciado a viagem de volta, já próximo ao município.
Sobreviventes contaram que havia mais de 100 pessoas a bordo, quando a capacidade do barco seria de 60 passageiros.
Os primeiros socorros foram prestados minutos depois do naufrágio por ocupantes de um barco que navegava atrás do “Comandante Sales”, que resgataram alguns sobreviventes. O Corpo de Bombeiros chegou ao local por volta das 6h30, quando o barco, levado pela correnteza, já estava a aproximadamente 17 quilômetros de Manacapuru, próximo à comunidade Bela Vista.
Os corpos dos passageiros mortos foram levados de barco para o município de Iranduba (a 22 quilômetros de Manaus) e de lá seguiram para o Instituto Médico Legal (IML), em Manaus. Uma base foi montada no porto da cidade para agilizar o transporte das vítimas.
Um inquérito será instaurado pela Capitania dos Portos para apurar as causas do acidente. O prazo inicial para conclusão é de 90 dias, podendo ser prorrogado por até um ano.
As buscas continuam hoje
O trabalho do Corpo de Bombeiros e da Capitania dos Portos foi intenso durante todo o dia. Equipes da Polícia Militar e da Prefeitura de Manacapuru também prestaram assistência. Uma equipe de 28 homens da Companhia de Bombeiros de Manacapuru e mais 13 mergulhadores trabalharam desde as 6h30 no resgate. Uma lancha da Capitania dos Portos também fazia busca por sobreviventes na área do acidente.
Depois da retirada dos corpos, o objetivo foi içar a embarcação, que deve ser levada para Manacapuru hoje. O tenente-coronel Roberto Rocha, comandante do Corpo de Bombeiros de Manacapuru disse que o resgate apresenta grande dificuldade por conta da forte correnteza e da profundidade do rio Solimões no local. “O trabalho é dificultoso, ainda não há como precisar o fim das buscas”, afirmou. As buscas foram encerradas no início da noite de ontem e continuam durante todo o dia de hoje.
O subcomandante da Polícia Militar de Iranduba, major Marcos Brandão, afirmou não ser possível precisar o número total de vítimas. “Só vamos saber a partir de amanhã (hoje), quando os corpos devem começar a vir à tona”, disse.
A Capitania dos Portos informou que vai coletar informações com as autoridades que participaram das buscas para tentar chegar ao número exato de passageiros.
O relato dos sobreviventes
Os sobreviventes do naufrágio confirmaram a superlotação do barco. O comerciante Minael Gomes de Moraes, 29, disse que havia aproximadamente 110 passageiros. “Acho que a capacidade do barco era cerca de 60 pessoas”, afirmou. Segundo ele, o acidente foi muito rápido, deixando poucas chances para que houvesse um número maior de sobreviventes.
“Eu estava dormindo e acordei com a água invadindo o convés. Foi uma pressão muito forte, por pouco eu não conseguia sair. Algumas pessoas que estavam perto de mim não conseguiram chegar até em cima”, contou Minael.
De acordo com o pescador Orisvaldo de Freitas, 39 (foto), um dos sobreviventes, “Um ‘rebojo’ muito forte atingiu a proa do barco provocando o naufrágio. “O barco pendeu para o lado e foi questão de três minutos para ele virar completamente. Foi tudo muito rápido”, contou.
Além da superlotação, a embriaguez das pessoas também foi outra situação de risco apontada pelos passageiros que conseguiram deixar a embarcação. “Tinha muita gente bêbada e, na minha opinião, o barco estava superlotado, sim”, ressaltou o encarregado de almoxarifado Francisco Alves, 24.
As vítimas fatais
1- Ricson Pereira da Silva Costa, 16 anos
2- Jarder Balbino Lopes, 22
3- Maria Antonia da Costa Maciel, 28
4- Leniza Dias Soreano (não oficial)
5- Marcello de Souza Pereira, 22
6- Rosemeire Marques de Araújo, 30
7- Lucimeire da Silva Sales, 16
8- Francisco Alves de Sales, 44
9- Ednalva de Souza Coelho, 38
10- Maria Raquel de
Souza Ripardo, 14
11- Aldilene Gomes
Macedo, 21
12- Tanuce Silva de Assis, 18
13- Alzenira Ribeiro da Silva, 27
14- Pedro Henrique de Lima Ferreira Filho, 34
15- André Araújo de Sales, 19
Fonte: IML
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