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Cientista analisa o momento politico santareno.

Veja a análise do Cientista Politico Dornélio Silva, do Instituto Doxa Pesquisa sobre o momento politico santareno, publicado dia 8 de fereveiro de 2016 no blog do jeso, com o título O tradicional e o novo entrante na política santarena e você? aguardo sua opinião para o fortalecimento da democracia, abaixo da postagem.

por Dornélio Silva (*)



Como está o ânimo do eleitor santareno, hoje, sobre o cenário político?

Analiso esse ânimo através de informações de pesquisas. Depois analiso o comportamento dos atores políticos diante desse quadro, introduzindo a figura do novo entrante na política santarena.

A primeira percepção que paira sobre o eleitor é que há um alto índice de insatisfação com a vida que as pessoas estão levando, hoje, em Santarém.

Essa insatisfação tem uma ligação direta com a insatisfação que a população de Santarém está tendo de seu gestor. Sua administração está maculada por índices negativos surpreendentes.

A imagem pessoal de Alexandre Von perante a população é extremamente negativa. Nesses três anos de administração, chega ao patamar de 72%; a imagem positiva é de apenas 15%.

Paira essa sombra negativa não só na imagem pessoal de Alexandre, mas em seu governo.




74% da população está reprovando sua administração; 34% aprovam sua forma de governar Santarém. Tanto que 66% não sabem o que o prefeito está fazendo pela cidade.

Santarém enfrenta quatro grandes problemas: desemprego, 18%; falta de pavimentação, 16%; infraestrutura, 14% e Saúde, 13%. Esses são os quatro principais entraves que estão afligindo a população santarena.

No aspecto político, a população de Santarém está cética, descrente, incrédula com os políticos que estão governando o município. 81% não se sentem representados pelos políticos que tem em Santarém, a indiferença chega a 11%.

Soma-se a essa crise de representatividade, o fato de 79% da população não ter nenhuma preferência partidária, demonstrando o total descrédito com os políticos.

É neste cenário que os políticos pré-candidatos vão conviver. Uma tarefa árdua para recompor a confiança dessa população. E uma grande preocupação entre os políticos que detém cargos, tanto executivo quanto legislativo.

No Pará, 111 prefeitos vão defender seu mandato, isto é, vão tentar a reeleição; 33 vão indicar seu sucessor.

Desde a instituição da reeleição no Brasil (primeira reeleição para prefeito foi em 2000) a alternância de grupos políticos no poder é bem maior do que o continuísmo.

Em 2012, foram 80 prefeitos que defenderam seu mandato, destes 44% conseguiram se reeleger; 56% não se reelegeram. Em Santarém, Lira Maia se reelegeu, mas não conseguiu fazer seu sucessor; Maria do Carmo se reelegeu, mas não conseguiu fazer sucessor.

Alexandre está entre os 111 que vão defender seu mandato. Ele vai enfrentar um cenário completamente diferente, quando se elegeu prefeito de Santarém. Essas eleições municipais serão fortemente influenciadas por uma conjuntura muito diferente da existente em 2012, o que vai provocar grandes surpresas no resultado eleitoral.

Serão eleições difíceis para todos, tanto governistas, quanto oposicionistas. A avalanche de denúncias de corrupção, escândalos, prisões de políticos criou uma forte insatisfação com toda a classe política.

E os maiores partidos, capitaneados pelo PT, serão os mais prejudicados. Em Santarém, o partido não tem nome competitivo para disputar a eleição. Pode lançar candidato para “marcar posição”, como fazia antes.

O PSDB, tendo a frente Alexandre Von, está com sérios problemas de popularidade e alta rejeição, como consequência baixa taxa de intenção de voto. O PMDB não tem candidato competitivo, busca, ainda, algum nome que possa lançar ou se aliar.

O DEM apresenta um nome competitivo, Nélio Aguiar, tendo como sua maior liderança, Lira Maia, maior articulador do grupo.

Os pequenos partidos mais à esquerda como PSOL, PC do B também não tem candidatos competitivos para essa eleição.

Nesse cenário político indefinido e com uma vacância explícita de lideranças ou lideranças reprovadas, surge a figura do empresário Paulo Barrudada, hoje no PROS, que aparece para mexer com o tabuleiro político tradicional de Santarém.

Ele é o novo entrante na política, para onde, hoje, as atenções se voltam tanto do governo central (Belém) como da oposição a esse governo (PMDB).

No rastro do assistencialismo Barrudada, há algum tempo, vem ocupando espaço que o poder público municipal não está conseguindo ocupar.

Lembra muito bem o ex-prefeito Duciomar Costa, de Belém. Antes de ser prefeito fazia serviços assistencialistas em bairros periféricos de Belém, transportando em seus ônibus passageiros de graça, limpando ruas com suas caçambas, coletando lixos etc. Isso lhe deu capital político perante a população que em 2004 o elegeu prefeito da capital.

O gestor, normalmente, pensa em fazer obras. E tem que pensar assim. Mas, as vezes, esquece de fazer o social. Os serviços prestados àquela população carente de um bairro, de uma comunidade, esquece de fazer relacionamentos, de estar presente em seus momentos de festas, tapa os ouvidos para os reclamos dessa camada da sociedade.

Em Santarém, esse vácuo vem sendo ocupado pelo empresário Paulo Barrudada. E as pesquisas, como são um retrato do momento, mostram essa realidade, indicando Barrudada em primeiro lugar. O atual prefeito tem um entrave muito grande em sua sucessão: Só terá sucesso se Barrudada não for candidato.

Nessa conjuntura, Santarém vai viver as eleições 2016. Por isso, podemos dizer que tem mais sombras pairando sobre Santarém do que luzes para iluminar a reeleição de Alexandre Von.

Fonte de pesquisa: Banco de dados do Instituto Doxa Pesquisa.

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(*) Mestre em Ciência Política. Diretor-presidente

O Blog quer saber, na sua opinião a análise está correta ou não?

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