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Jovem de 18 anos foi esquartejada por se recusar a fazer sexo com traficante e outras 6 pessoas

O namorado da vítima confessou que assistiu ao crime e forneceu a faca para cortar pedaços da vítima, quando o grupo decidiu se desfazer do corpo. Jovem foi morta porque se negou a fazer sexo com os suspeitos, mesmo sob ameaça. Cinco homens ainda estão foragidos.

Franklin da Silva Conceição, 20, pegou faca para ajudar grupo a matar a namorada dele (Fábio Oliveira)


Detalhes chocantes sobre o esquartejamento de Ana Carolina Nascimento dos Santos, de 18 anos, foram revelados na manhã desta quinta-feira (19) na sede da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). Um dos acusados do crime brutal é o próprio namorado dela, Franklin da Silva Conceição, de 20, que assistiu a tudo sem ajudar a namorada e ainda forneceu uma das facas usadas para esquartejá-la. O motivo? Ela se negou a manter relações sexuais com um traficante adolescente e com outras seis que estavam na residência, incluindo Franklin. Ele e um adolescente estão presos, mas cinco pessoas continuam foragidas.

De acordo com o delegado Ivo Martins, titular da DEHS, a vítima seria usuária de drogas, envolvida com o tráfico e também fazia programa sexual. Ela e Franklin - a quem ela homenageou com uma tatuagem, inclusive - haviam dormido juntos de sábado para domingo e tomaram café da manhã normalmente. De noite, ele a levou para uma festa. Ela estava na companhia de mais sete pessoas numa residência a poucos metros da sua casa, consumindo cocaína e loló com o grupo.

Em certo momento, ela se recusou a fazer sexo com um adolescente de 17 anos identificado apenas como “Loirinho”, que é traficante e filho do também narcotraficante Marco Antônio Capucho, atualmente preso no regime fechado do Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, e apontado como um dos anfitriões da festa.

Segundo Martins, a vítima deu uma tapa no rosto do adolescente traficante, “Loirinho”, se recusando a ficar com mais alguém que não fosse o namorado. Franklin contou também que, depois do tapa, “Loirinho” disse: “Não sou comédia, sou bandido e você vai pagar por isso”. Em seguida deu a primeira facada, no pescoço de Ana - a vítima foi encontrada com cerca de 15 facadas pelo corpo.


O corpo de Ana foi encontrado no começo do mês, boiando na bacia do São Raimundo

Um homem identificado como Genesis da Silva Lopes, o “Capataz”, foi a pessoa que cortou a cabeça de Ana Carolina. Ao todo sete criminosos participaram do assassinato, esquartejamento e ocultação do cadáver, sendo três deles menores de idade.

Franklin relatou em depoimento que a ideia de matar Ana partiu de “Loirinho”. A jovem ainda implorou pedindo ajuda para Franklin: ela pedia para que ele a ajudasse e para que seus amigos não a matassem. O namorado da vítima assistiu tudo de perto e não fez nada para impedir o crime.

Em seguida, depois de morta, veio o plano de se livrar do corpo dela. Dois adolescentes saíram da casa e roubaram um táxi nas proximidades. Porém, quando eles chegavam à residência, no Novo Aleixo, uma viatura da Polícia Militar os abordou e desde lá os dois jovens não foram mais vistos.

Plano B: Esquartejamento

“Foi aí que veio o plano B deles. O ‘Loirinho’ mandou o Franklin arranjar um terçado para cortar o corpo, mas ele não conseguiu. Foi até um vizinho, mas o mesmo não quis emprestar, então foi a sua casa e pegou a faca da mãe”, explicou.

O namorado de Ana contou em detalhes como foi o esquartejamento. Segundo seu depoimento, “Capataz” ainda disse para “Loirinho”: “Você está fazendo errado, deixa que eu corto”, se referindo aos golpes no pescoço de Ana.

Segundo o delegado Ivo Martins, duas pessoas foram presas, Franklin e um adolescente, que foi apreendido e está deitdo na Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai).



Gênesis da Silva, o “Capataz”, um dos suspeitos

Outras cinco seguem foragidas, entre elas Gênesis da Silva Lopes, o "Capataz", Rodrigo de Castro Sá, um homem identificado apenas como “Wesley” e outras duas pessoas, que estão sendo identificadas neste momento na DEHS.
Rodrigo de Castro Sá, foragido. Foto: Fábio Oliveira

Cronologia do crime

A jovem Ana Carolina foi considerada desaparecida após sair de casa no bairro Novo Aleixo na noite do dia 1º de novembro, um domingo, e não retornar. O namorado chegou a ser interrogado pela polícia, mas mentiu ao dizer que não sabia de nada. No dia seguinte, os familiares receberam uma ligação anônima informando que a moça tinha sido sequestrada, esquartejada e que o corpo havia sido jogado no igarapé do Novo Aleixo.

A partir daí, as buscas foram iniciadas pelo Corpo de Bombeiros. Eles encontraram uma calcinha, camisa, fios de cabelo e sangue da vítima na beira do igarapé do Novo Aleixo, mas nada do corpo. Só no dia 4 é que o tronco da jovem foi achado, boiando na orla do São Raimundo, lado oposto da cidade, sem a cabeça, braços nem pernas, e com 15 perfurações de faca.

No dia 5 de novembro, policiais da DEHS voltaram ao igarapé do Novo Aleixo, onde foram encontradas mais partes do corpo da vítima, provavelmente partes dos membros. No dia 8, um braço foi achado boiando novamente na orla da cidade, e a família reconheceu como sendo de Ana Carolina devido a uma tatuagem da moça no braço.

Na sexta-feira passada (13), a polícia encontrou o local onde a vítima foi brutalmente assassinada, uma estância localizada a 200 metros da residência de Ana Carolina, no Novo Aleixo. Segundo investigadores da DEHS, os donos da estância não haviam informado a polícia sobre o crime por medo de represálias

“Recebemos uma denúncia de que aqui foi o local onde tudo aconteceu. A dona da estância foi ameaçada, ficou com medo e pintou a parede em um dos quartos onde foi o crime”, relatou. A perícia usou um produto chamado “Luminol” para fazer a perícia do local, e os moradores da estância prestaram depoimento.

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