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Ex-ministra da Casa Civil, Gleisi Hofmann deixa Santarém fora do corredor da soja.

Um dos últimos atos antes de deixar o ministério a então ministra da Casa Civil, Gleisi Hofmann deixa Santarém fora do corredor da soja.


BR 163 – Santarém é excluída do corredor da soja.Trecho liberado da BR 163 no plano de novas concessões de estradas será de Sinop (MT) até Miritituba (Pa)

A pressão do agronegócio brasileiro sobre o governo pela viabilização de uma saída rodoviária pelo Norte levou a presidente Dilma a incluir o trecho da BR-163 entre Sinop, no Mato Grosso, e Miritituba, no Pará, no plano de novas concessões de estradas para a iniciativa privada, como havia feito no final do ano passado com o trecho da mesma BR-163 no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

BR 163

O anúncio foi feito em Brasília, pela presidente Dilma, às vésperas da solenidade de lançamento da Safra 2013/2014 que aconteceu no município de Quarto Centenário, no Paraná.

Embora tenha deixado o cargo na última quinta-feira para concorrer ao cargo de governadora do Paraná, a ex-ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hofmann discursou na solenidade e confirmou a concessão da BR-163 até Miritituba, como forma de atender a reivindicação dos produtores rurais do Mato Grosso.

Ela destacou a saída pelo porto de Miritituba, obra incluída no Plano de Integração e Logística do Governo Federal, como muito importante para a logística nacional, citando o secretário nacional de Agricultura, Nery Geller como um grande batalhador pelos interesses dos produtores.

A decisão do governo em viabilizar o corredor de exportação pelo porto de Miritituba tem tudo a ver com a apatia com que o Pará e seus representantes políticos tratam o assunto, a começar pela elite tradicional do comércio de Santarém que não quer o corredor da BR-163 chegando em Santarém, por temer a concorrência, além da distância da região com a capital do Pará onde se concentram as decisões de governo do Estado.

No início de julho do ano passado, por iniciativa do prefeito Alexandre Von, foi realizado aqui o Seminário de Integração do Corredor BR-163, reunindo diversas autoridades no assunto. Um grupo de quase 100 produtores e autoridades mato-grossenses percorreu mais de 1.000 quilômetros para participar do evento, mas teve que retornar do município de Trairão onde uma manifestação popular trancava a rodovia.

Do seminário, que teve intensa participação politiqueira do Governo do Pará, saiu um documento, que você pode ler no anexo deste texto, assinado por todos os representantes presentes, com 16 diretrizes que garantiriam a presença de Santarém, da região Oeste e de todo o Estado do Pará nesse processo de integração com o vizinho estado do Mato Grosso.

O segundo item do documento ficou com a seguinte redação: “Garantir a conclusão do asfaltamento da BR 163 em toda a sua extensão até o final de 2015, por ser considerada um dos pilares de aceleração do processo de desenvolvimento da Amazônia e do Brasil”.

No mês de novembro do mesmo ano aconteceu o segundo Seminário do Corredor BR-163, desta vez em Sinop, onde uma caravana de representantes do Pará estaria presente. O evento, organizado pela Aprosoja, foi realizado no dia 18 de novembro, sem nenhum representante paraense, muito menos de Santarém que havia promovido o primeiro seminário.

Enquanto os produtores do Mato Grosso fazem de Miritituba seu principal porto de escoamento da produção agrícola, forçando o governo a viabilizar o caminho com rapidez, no trecho da rodovia que chega a Santarém, as obras andam a passos de tartaruga.

Do KM 30 até Rurópolis, ao contrário do que prometeu o diretor geral do DNIT, General Jorge Fraxe, em palestra feita durante o seminário, nenhum trabalho foi iniciado no ano passado. De Rurópolis a Santarém, o 8º BEC mantém o serviço numa lentidão que dá inveja ao bicho preguiça, espécie preservada na Flona do Tapajós que margeia a rodovia.

No final do ano passado, um santareno que mora em Tocantins percorreu a estrada para visitar familiares em Santarém e fez as contas: “Faz quatro anos que eu estive aqui e anotei os quilômetros de asfalto daqui pra Rurópolis. Foram feitos somente 20 KM, o que dá uma média de 5 quilômetros/ano. Isso é vergonhoso!”.

Fonte: RG 15/O Impacto e Portal Muiraquitã

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